A Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), emitiu um alerta epidemiológico sobre a hepatite A aos serviços de saúde da cidade. A medida foi tomada diante do aumento de casos, principalmente entre adultos jovens e com maior gravidade, registrado na 17ª Regional de Saúde, conforme o Ofício Circular Nº 092/2025 da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa). O município também enfrenta um crescimento significativo de casos. O objetivo é que os serviços de saúde aumentem a vigilância sobre situações com sintomas compatíveis e ampliem ações de prevenção e controle.
A hepatite A é uma infecção causada pelo vírus A (HAV), também conhecida como "hepatite infecciosa". “Na maioria dos casos, a doença é benigna, contudo o curso sintomático e a letalidade aumentam com a idade. Mais comum em crianças pequenas, a transmissão está relacionada às condições de saneamento, higiene pessoal, qualidade da água e alimentos. Nos adultos, além da água e alimentos, pode ocorrer pela relação sexual desprotegida, principalmente sexo oral/anal”, destaca o alerta.
Entre as ações de combate, a SMS reforça a vigilância epidemiológica. Todos os casos confirmados devem ser notificados em até sete dias úteis à Gerência Epidemiológica do município. A vacinação contra a hepatite A está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) para crianças de 15 meses a 4 anos.
A vacina também está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) para grupos como: portadores de hepatopatia crônica, pessoas com HIV/AIDS, imunodeprimidos, coagulopatias, candidatos ou transplantados de órgãos/células, asplenia e outros pacientes com condições especiais.
A vacinação também é estendida a usuários de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), disponível no Centro de Referência Bruno Piancastelli Filho. “Reforçamos a importância da vacinação para crianças até quatro anos, usuários de PrEP e outros pacientes com agravos, conforme solicitação de imunobiológicos especiais”, destacou Fernanda Fabrin, diretora de Vigilância em Saúde da SMS.
Outras orientações:
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Higienizar água de consumo, alimentos e condições de saneamento;
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Lavar mãos com água e sabão ou álcool 70% antes e após preparar alimentos, usar banheiro, trocar fraldas e manusear lixo;
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Lavar frutas e vegetais crus; cozinhar alimentos de origem animal; beber água tratada, fervida ou filtrada;
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Higienização de mãos, genitália, períneo e região anal antes e após relações sexuais; higienizar vibradores, plugs; usar preservativo.
Em Londrina, até 20 de setembro de 2025, foram confirmados 17 casos de hepatite A, quase o dobro de 2024, que registrou 9 casos. A cobertura vacinal para crianças de 1 a 4 anos atingiu 78,04%, enquanto no Paraná chegou a 82,4%.
Sinais e sintomas: podem incluir anorexia, náuseas, vômitos, diarreia, febre baixa, cefaleia, mal-estar, fadiga, aversão a paladar ou olfato, mialgia, fotofobia, desconforto no hipocôndrio direito, urticária, artralgia, exantema papular ou maculopapular. Posteriormente, podem surgir icterícia e hepatomegalia dolorosa, com melhora dos sintomas e recuperação clínica; em alguns casos, a fraqueza persiste meses.
Formas de transmissão: via fecal-oral, relacionada a saneamento básico, higiene pessoal, relação sexual desprotegida e qualidade da água e alimentos. O período de incubação varia de 15 a 45 dias, e a transmissibilidade vai de duas semanas antes dos sintomas até o final da segunda semana da doença.