Pelo menos 85% dos CEIs (Centros de Educação Infantil) em Londrina paralisaram as atividades nesta terça-feira (13). A greve foi aprovada em assembleia e, segundo o sindicato, deve permanecer ao longo da semana, até que o reajuste salarial dos professores seja concedido.
De acordo com André Cunha, presidente do Sinpro (Sindicato
dos Professores) na tarde desta terça-feira os grevistas conseguiram uma
liminar que garante o direito de greve. “Esse documento determina que as
instituições não podem coagir os professores a não realizar o movimento
grevista e também que não pode ter o desconto dos dias parados. Essa liminar determina
que 60% do serviço seja cumprido. A gente precisa entender como é que isso vai
ser feito. Por isso o Sinpro solicitou uma audiência de conciliação, urgente,
pra que fique estabelecido como isso será feito, sob pena de afetar o direito
de greve”, explicou o presidente.
Em Londrina, existem dois tipos de instituições que atendem
a rede municipal de ensino. Os CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil)
e os CEIs, que são administrados por entidades filantrópicas e mantém um acordo
de cooperação com a Prefeitura. Os professores que trabalham nos CMEIs são
concursados e recebem R$ 4,8 mil. Segundo o sindicato, os professores das
instituições filantrópicas ganham R$ 2.190.
O cálculo feito pelo Sinpro aponta um reajuste de 4.7% para
este ano, levando em consideração o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)
e uma projeção de aumento para os próximos anos.
Ainda na manhã de terça-feira, o secretário de fazenda do
município convocou uma coletiva de imprensa e disse não haver diálogo entre a
prefeitura e os sindicatos. Segundo a prefeitura, o reajuste salarial de 4,7%
aos professores dos CEIs não está previsto na lei orçamentária anual, e que
seria necessário fazer um remanejamento dos investimentos de outros setores
para suprir essa necessidade. O município informou que até o momento não
recebeu nenhum documento formal do sindicato solicitando esse aumento.
Porém, a versão do município é contestada pela entidade,
que afirma ter enviado um relatório de reajuste salarial para Secretaria de Educação
e Gestão Pública no dia 5 de maio deste ano.
O sindicato convocou ainda uma manifestação em frente à Prefeitura
para a manhã de quinta-feira (15).