O que deveria ser uma experiência educativa terminou em desespero para alunos da Escola Estadual Bela Vista do Piquiri, em Campina da Lagoa, no centro-oeste do Paraná. Um passeio até Campo Mourão, na última quinta-feira (8), acabou com quatro estudantes hospitalizados após um retorno traumático para casa.
Imagens registradas antes da viagem mostram a empolgação dos alunos do 6º ao 9º ano. No entanto, vídeos divulgados nas redes sociais revelam o pânico dos estudantes na parte final do trajeto, já no retorno ao distrito onde moram. Segundo os relatos, o motorista conduzia o ônibus de forma perigosa por uma estrada de pedras, cheia de buracos e em condições precárias.
O motorista, que já havia feito o percurso de volta de Campo Mourão a Campina da Lagoa, assumiu um segundo ônibus para levar os alunos até o distrito, já que o transporte escolar habitual não foi alcançado a tempo. Durante esse trecho, os alunos gritaram e choraram, e quatro deles precisaram de atendimento médico no hospital da cidade por crises nervosas.
De acordo com os próprios estudantes, apenas o motorista estava no veículo — a professora que os acompanhava no passeio não seguiu viagem por orientação do condutor. O caso foi registrado pela Polícia Civil e também encaminhado ao Ministério Público.
A Secretaria Municipal de Educação de Campina da Lagoa, responsável pelo transporte escolar, divulgou uma nota lamentando o ocorrido e informou que foram tomadas medidas imediatas de apoio. Equipes médicas e psicológicas atenderam os alunos no hospital e também visitaram a escola para prestar suporte emocional.
Ainda de acordo com a nota, um inquérito administrativo foi aberto para apurar a conduta do motorista, que foi suspenso até a conclusão das investigações. Pais dos estudantes pedem providências e cobram responsabilização pelo episódio.
O caso também será investigado pela Polícia Civil. Alguns pais abriram boletim de ocorrência, e a delegada Muriel Cunha afirmou que o inquérito já foi instaurado e que ouvirá os menores de idade acompanhados pelos pais. Segundo a delegada, o motorista pode responder por expor a vida ou a saúde de outra pessoa a perigo e por atentado contra a segurança do transporte público de passageiros.