As assembleias da ONU são foco de debates e da atenção de milhares de pessoas pelo mundo. Nelas, são solucionados conflitos e feitas propostas de cooperação internacional entre países. Com o objetivo de criar uma simulação da ONU, estudantes de vários cursos da Universidade Estadual de Londrina (UEL) se reúnem, nos dias 17 e 18 de julho, para o 3º Seminário UEL das Nações Unidas.
Esta edição do evento tem como lema “Participe da transformação, reinvente possibilidades”. Os estudantes representam "delegados" e simulam discussões sobre temas variados, próximos aos debatidos pelos líderes mundiais.
São exercitadas qualidades como oratória, liderança, trabalho em equipe e conhecimentos políticos, econômicos e sociais dos países membros. A iniciativa faz parte da disseminação da cultura MUN (Model United Nations, ou Modelos de Organização Internacionais), que reúne jovens de vários níveis de ensino na simulação oficial da ONU.
Segundo a professora Marcia Teshima, do Departamento de Direito Privado do Centro de Estudos Sociais e Aplicados (CESA), coordenadora do seminário, a intenção da atividade é tornar os estudantes mais comunicativos e incentivar a liderança e a aquisição de conhecimentos extras.
Os cerca de 60 participantes são obrigados a estudar os países que irão representar como delegados e a desenvolver um relatório, sem o qual não é possível participar da assembleia.
“Muitos desses conhecimentos não estão no curso de Direito. Esses estudantes têm uma boa oportunidade de entender como funcionam esses organismos internacionais e, até, de ver se gostariam de seguir carreira na área”, comenta Marcia.
Em Londrina, o evento é vinculado ao Programa de Formação Complementar em Direito Internacional dos Direitos Humanos e Mecanismos de Resolução de Conflitos, coordenado também por Marcia e vinculado ao Departamento de Direito Privado.
ORGANIZAÇÃO – Os estudantes que participam dos seminários fazem, desde 2018, com a primeira edição, uma exata reprodução dos conselhos e comissões. Além disso, os 29 membros da equipe organizadora preparam o evento desde novembro de 2020. A segunda edição foi em 2019. Em 2020 o evento não foi realizado.
Estudante do 4º ano de Direito e integrante da organização, Brunna Fernandes comenta que, no seminário, existirão cinco conselhos, análogos aos de verdade: Conselho de Segurança, que tratará de questões envolvendo a Venezuela; a Organização Internacional do Trabalho (OIT), sobre escravidão contemporânea; Conselho Ártico, com a temática da corrida do petróleo e seus impactos; Comissão Sobre a Situação das Mulheres, que vai versar sobre tráfico e exploração sexual; e, por fim, o Conselho de Direitos Humanos, que trata da repressão policial violenta contra protestos pacíficos.
“Ao fim do evento, escrevemos uma resolução, apontando formas de resolver os conflitos e negociar com outras delegações”, comenta Brunna. Um dos desafios, segundo a estudante, é “incorporar” características e orientação política dos líderes mundiais, o que é importante para emular, com exatidão, as assembleias.