Educação

Governo libera quase R$ 1 milhão para projeto da UEL de apoio à região de Londrina e pesquisa da seda

11 mai 2021 às 15:42

O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta terça-feira (11) dois convênios que ampliam o apoio do Estado aos municípios da região de Londrina e à pesquisa acadêmica. As assinaturas aconteceram em um evento no Palácio Iguaçu com prefeitos da Associação dos Municípios do Médio Paranapanema (Amepar), deputados estaduais, membros da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e representantes do Escritório da Casa Civil na região.

“Estamos muito entusiasmados com esses dois convênios porque eles fomentam setores bem importantes do Estado, que são a qualificação na construção civil e a produção do campo alinhada à indústria têxtil. E estamos fazendo isso a partir dos alunos e professores da UEL, que é uma referência nacional em ensino e inovação”, afirmou o governador Ratinho Junior.

O primeiro convênio, entre a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e a UEL, repassa, por meio do Fundo do Paraná, R$ 630 mil para apoiar o projeto de modernização no desenvolvimento de empreendimentos públicos nos municípios de pequeno porte (até 30 mil habitantes) da região da Amepar com uso da tecnologia BIM (Building Informatio Modeling, ou Modelagem da Informação na Construção), que é um conjunto de informações digitais geradas no projeto e mantidas durante todo o ciclo de vida da edificação.

A ideia é que profissionais de Engenharia Civil, Engenharia Elétrica e Arquitetura e Urbanismo da UEL, nos seus estágios obrigatórios, possam utilizar o sistema para projetos executivos solicitados pelas prefeituras com vistas à obtenção de melhorias na execução da obra, bem como propiciar à universidade formação de seus acadêmicos com as novas tecnologias do mercado.

O convênio ataca diretamente um dilema das obras públicas, que é a complexidade de dados que leva à perda de produtividade. A ideia, com o BIM, é agrupar todas as informações necessárias para a construção dos projetos e facilitar as parcerias com as prefeituras, além de garantir assertividade nos investimentos. O projeto melhora a execução dos recursos e também pode ajudar os municípios na obtenção de novos convênios estaduais e federais.

Serão impactados pela parceria, nesse primeiro momento, Alvorada do Sul, Bela Vista do Paraíso, Cafeara, Centenário do Sul, Florestópolis, Guaraci, Jaguapitã, Jataizinho, Lupionópolis, Miraselva, Pitangueiras, Porecatu, Prado Ferreira, Primeiro de Maio, Sabáudia, Sertanópolis e Tamarana.

“O projeto é resultado das visitas que realizamos nas prefeituras nos últimos meses. Identificamos esse problema dos pequenos municípios em relação ao desenvolvimento de projetos. A Seti e a UEL ajudaram na formatação dessa ideia. Os residentes-técnicos assessorados pelos professores vão desenvolver projetos para postos de saúde, praças, ginásios, ou até mesmo reformas. E esse planejamento, agora, será com o BIM”, afirma Sandra Moya, coordenadora regional da Casa Civil na região de Londrina.

“São dois convênios importantes porque colocam as expertises das nossas universidades para apoiar municípios e pequenos produtores. No primeiro, a UEL terá um escritório itinerante. No segundo, incentivamos ainda mais o projeto da seda. É uma pesquisa que tem ganhado muito peso no Estado”, afirmou o superintendente-geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona.

SEDA – O segundo convênio liberou R$ 339 mil para apoiar o projeto “Seda: o Fio que Transforma – fase 2”. Os recursos têm como objeto fomentar as ações voltadas à pesquisa na cadeia produtiva da seda, por meio de aplicações de novas tecnologias, de modo a melhorar os subprodutos, a produtividade, a saúde animal, a nutrição, e a qualidade da seda bruta, favorecendo novos empreendimentos nessa cadeia. O investimento apoiará bolsas de estudo e custeio (equipamentos, viagens e sequenciamento genético).

A ideia é fazer do Paraná referência ainda maior em nível estadual, nacional e mundial. De acordo com dados da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento, o Estado conta com mais de 1,8 mil produtores de casulo de seda em 165 municípios, que ocupam 3.900 hectares de plantação de amoreiras (que são alimentos para os bichos). São 2.535 toneladas produzidas anualmente, o que representa 83% de toda a seda produzida no País.

O projeto existe desde 2018, reúne pesquisadores de diversas áreas (Design, Biologia, Química e Zootecnia) e tem trabalhado com algumas vertentes. Entre elas melhorar a qualidade da seda e ampliar a quantidade de produtores, a partir do entendimento genético do bicho-da-seda e do produto final; a possibilidade de produzir entressafra, no inverno; o uso medicinal para tratar feridas crônicas e queimaduras; e a ampliação das áreas livres de defensivos agrícolas.

“Produzimos a melhor seda do mundo. Queremos melhorar a qualidade e ampliar os estudos nessa área. É um produto que gera renda mensal de até R$ 5 mil para pequenos produtores e que pode ganhar valor agregado. Estamos estudando todas as etapas, os potenciais e a ideia é incentivar a produção, recuperando uma tradição que o Paraná já teve no passado”, afirma a professora Cristianne Cordeiro Nascimento, coordenadora-geral do projeto e diretora de Inovação da Associação Brasileira da Seda (Abraseda).

Os pesquisadores paranaenses também são membros do Rede Internacional de Cidades da Seda e têm ajudado a internacionalizar a pesquisa sobre a produção de seda.