Nesta quarta-feira (3), às 18h30, a Secretaria Municipal de Educação (SME) vai promover uma live com o tema “TDAH na Escola”, com a secretária da pasta, Maria Tereza Paschoal de Moraes, e o convidado Clay Brites, neurologista infantil. A transmissão será via YouTube (clique aqui para acessar o link).
A iniciativa faz parte das ações da 7ª Semana Municipal de Informação e Conscientização sobre o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e outros transtornos neuropsiquiátricos. A Semana foi instituída no ano de 2016, através da Lei Municipal n° 12.398/2016.
Qualquer pessoa que tenha interesse no tema pode assistir a transmissão ao vivo, que terá tradução em libras. Na ocasião, serão discutidas as dificuldades e habilidades que os alunos que com TDAH apresentam em seu processo de escolarização e o que as escolas e professores podem fazer para auxiliar o aluno e colaborar com o processo de inclusão de todos os estudantes.
“Este é um tema que sempre discutimos na formação continuada dos professores, durante todo ano, mas nesta palestra teremos a oportunidade de ouvir o Dr. Clay, que é um especialista reconhecido no assunto. É fundamental ter a explicação de um neurologista infantil sobre todos os aspectos do transtorno e como nós podemos interferir, de forma mais assertiva, com nossos alunos”, ressaltou a secretária Maria Tereza Paschoal de Moraes.
Além dessa ação, as escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIS) são convidados a trabalhar ações de conscientização e informação com os alunos e toda comunidade escolar.
Segundo uma das coordenadoras da Semana e gerente da Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação, Cristiane Sola, o objetivo da Semana é disseminar conhecimentos sobre o TDAH, visto que esse é um transtorno que pode acarretar muitos prejuízos, principalmente nos processos de aprendizagem, considerando que as pessoas com TDAH podem ter déficits de atenção e concentração, além de maior agitação e impulsividade.
“Por isso, é muito importante que as redes e sistemas de ensino se organizem para oferecer recursos que auxiliem os alunos em seu processo de escolarização e também informem a comunidade escolar sobre o transtorno, para promover uma convivência saudável entre todas as pessoas”, afirmou Sola.
A Rede municipal de Educação de Londrina trabalha o TDAH e outros transtornos neuropsiquiátricos com as crianças por meio de uma linguagem fácil e acessível para o entendimento delas e com informativos para os pais e responsáveis. As crianças identificadas com algum desses transtornos frequentam as aulas junto com os demais alunos, porém, de uma a duas vezes na semana, elas recebem atendimento em salas multifuncionais no contraturno escolar.
Atualmente, há 59 salas especiais para este atendimento especializado com psicopedagogas na rede municipal. Ao todo, 1.162 alunos são atendidos por esse serviço. Destes, 563 têm TDAH, outros 665 têm Transtorno do Espectro Autista (TEA) e 70 sofrem com transtornos de comportamento.
A criança passa por um fluxo de atendimento, a fim de receber o tratamento adequado, que inicia na sala de aula, com a observação atenta do professor. Para melhor atender estes alunos, os professores passam por um curso concedido pela Secretaria de Educação. Caso os docentes suspeitem que o aluno tem algum transtorno neuropsiquiátrico, eles fazem o encaminhamento da criança para o psicopedagogo responsável, que avalia o aluno que durante três meses, por meio de medidas de intervenção.
Em seguida, se confirmada a suspeita, o estudante é direcionado para a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência, para passar por atendimento com os profissionais do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF). Se esta equipe também identificar algum transtorno neuropsiquiátrico, o diagnóstico e o tratamento é direcionado ao CAPS Infantil, que conta com psicólogos, psiquiatras e educadores sociais para ajudar a criança. Quando necessária a prescrição de medicamentos, os pacientes são direcionados para a Policlínica Municipal de Londrina.
Sobre o TDAH – De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, o TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.
Segundo a Associação, o transtorno é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e ele ocorre em 3% a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.