A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) aprovou a realização de um projeto que deve devolver ao Circuito de Kyalami, na África do Sul, a licença de Grau 1 da entidade.
A classificação é a mais alta entre as classificações da Federação, e é a única aceita para circuitos que recebem a Fórmula 1. Desta forma, após a conclusão do projeto, a África do Sul poderia voltar a receber um Grande Prêmio, o que não acontece desde a década de 1990.
Desde a mais recente atualização, concluída em 2016, o circuito tem 4.522m de extensão e a certificação Grau 2 da FIA. Agora, segundo comunicado divulgado pelos responsáveis pelo local, “a Federação Internacional de Automobilismo aceitou a proposta final de design para atualização do circuito para o Grau 1, o mais alto padrão exigido para receber a Fórmula 1”.
As mudanças não devem passar pelo layout da pista, mas Kyalami deverá ganhar novas áreas de escape e novas barreiras de proteção, além de passar por reformas nas zebras e nos sistemas de drenagem. O prazo para a conclusão das obras é de três anos após o início, ainda sem data definida.
O projeto ficará a cargo da Apex Circuit Design, escritório responsável por pistas como a do Grande Prêmio de Miami. Com o aval ao fim das obras, Kyalami deve se tornar a única pista da África com o Grau 1 da FIA. Atualmente, o circuito africano com a melhor avaliação é o Moulay El Hassan, em Marrakesh (Marrocos), com o Grau 2.
“Este é um momento de definição para o automobilismo sul-africano”, comemorou Toby Venter, proprietário do Circuito de Kyalami. “Quando adquirimos o circuito em 2014, nós nos comprometemos em restaurá-lo não apenas como um local de nível internacional, mas também para ser o centro do automobilismo na África. E a aprovação da FIA para nosso design de Grau 1 é um grande passo à frente nesta jornada”, acrescentou o dirigente.
A história do GP da África do Sul
O Grande Prêmio da África do Sul de Fórmula 1 foi disputado pela primeira vez em 1960, ainda como prova extraoficial, no circuito Príncipe George. Antes do advento da F1, no entanto, cinco edições do Grande Prêmio da África do Sul foram disputados na década de 1930.
A prova entrou para o calendário da categoria em 1962, correndo ainda no circuito original em 1963, 1965 e 1966 (prova extraoficial). A partir de 1967, passou a correr em Kyalami, iniciando uma longa permanência.
A prova só ficou de fora do calendário oficial de 1981 (foi realizada como mais uma edição extraoficial) e entre 1986 e 1991 (em resposta ao regime do Apartheid). Voltou em 1992, mas teve a última edição disputada em 1993, com vitória de Alain Prost com a Williams.
O retorno à África é um sonho antigo da Fórmula 1, tendo a África do Sul como favorita à vaga – Ruanda é a principal alternativa. Desde 2022, o CEO da categoria, Stefano Domenicali defende o “potencial” para um retorno ao continente africano. “Há muito interesse lá. Certamente é outra região que, até aqui, está faltando na geografia de nosso calendário”, alegou o dirigente na época.