Nada de competição continental ou briga por título europeu. Nesta quarta-feira (28), o torcedor verá um duelo inusitado: o Santos, afundado na zona de rebaixamento do Brasileirão, encara o RB Leipzig, habitual frequentador da Liga dos Campeões da Europa, em amistoso internacional no Estádio Cícero de Souza Marques, em Bragança Paulista. A bola rola às 19h.
O confronto faz parte da turnê "Tamo Junto", iniciativa que busca aproximar o futebol brasileiro da experiência da Bundesliga, o campeonato nacional da Alemanha. A ideia é simples: unir tradição e inovação dentro de campo — e nos bastidores.
O Leipzig, que fez uma temporada apenas mediana na Alemanha, enfrentará um Santos cheio de dúvidas, críticas e reservas. A equipe santista usará um time alternativo, com os titulares Zé Ivaldo e Escobar ganhando minutos após cumprirem suspensão. A grande atração da noite, no entanto, deve ser Neymar. O camisa 10 está em fase de transição física após lesão na coxa e deve começar jogando. A presença do craque, inclusive, tem relação com os bastidores: Red Bull (dona do Leipzig) e Puma (fornecedora de material do clube alemão) são parceiras comerciais do astro brasileiro.
Outros nomes conhecidos do elenco santista também devem aparecer: Tiquinho Soares, que perdeu espaço recentemente para Deivid Washington, Thaciano, figurinha carimbada no banco de reservas, e JP Chermont, jovem da base que tenta reconquistar seu lugar após uma queda de rendimento.
Do outro lado, o Leipzig deve contar com estrelas de renome como Xavi Simons, Sesko e Openda, em um confronto que promete ser interessante do ponto de vista técnico, mesmo sem o peso da competitividade de um torneio oficial.
Apesar do momento turbulento no cenário nacional, o Santos carrega uma curiosa escrita positiva contra clubes alemães: em 24 jogos, foram 20 vitórias, 2 empates e apenas 2 derrotas. Entre os triunfos marcantes, estão um histórico 9 a 1 sobre o TSV 1860 München e um 8 a 6 sobre o Karlsruhe.
As únicas derrotas aconteceram para o Borussia Dortmund, em 1964, e para um combinado entre Bayern de Munique e Nuremberg, em 1973. Agora, mais de 50 anos depois, o Peixe tenta manter a hegemonia diante dos alemães, ainda que o clima seja amistoso.