“Desta
vez sim. Vou colocar os dois pés no freio”. Foi desta maneira bem-humorada que
o experiente piloto Pedro Muffato anunciou que irá de despedir das pistas.
Neste domingo (18), na etapa da Fórmula Truck, no Autódromo Internacional
Zilmar Beux, ele irá guiar pela última vez. Quem conhece Pedro Muffato sabe que
o termo ‘aposentadoria’ não é muito apropriado para ele. Muito menos o termo ‘despedida`.
Ele simplesmente vai parar de correr. Muffato se aposentaria em 2016, ano em
quem completou cinco décadas de automobilismo. Inclusive, numa prova da Fórmula
Truck, ele foi ovacionado pelos demais pilotos. Mas não. A boa teimosia de
Pedro e a vontade de colocar o pé direito no acelerador lhe colocaram de novo
nas pistas.
Ele
retornou para a Fórmula Truck em 2022, ano em que a categoria estava se
reestabelecendo sob nova direção. Sua reestreia ocorreu exatamente num dia dos
pais, em Cascavel. E ele foi o vitorioso. Por pouco, não beliscou o título. Já
no ano seguinte, Pedro Muffato disputou a temporada inteira de maneira regular.
Resultado? Ele fechou o campeonato em casa, com vitória, e comemoração do
título.
A
conquista do ancião jogou um pouco de pressão sobre os concorrentes das pistas.
Destronar Pedro Muffato passou a ser uma obsessão para os concorrentes no grid.
As outras equipes buscaram melhorar seus equipamentos, o campeonato ficou mais
competitivo e a Fórmula Truck ganhou com isso. No ano passado, Pedro Muffato
fez a última prova da temporada com possibilidades remotas de conquistar o
título, mas ficou com o vice-campeonato. O campeão foi o gaúcho Rafael Fleck,
que tem idade para ser neto de Pedro Muffato.
Na
atual temporada, Muffato vai para a quarta corrida do calendário, mas deixa a
Truck um pouco chateado. Segundo ele, a penalização recebida na etapa anterior,
em Londrina, antecipou a parada. O experiente piloto tinha a pretensão de
completar essa temporada e aí sim abandonaria as pistas.
Quase
seis décadas
Depois deste fim de semana, o nome de Pedro Muffato não aparecerá mais no grid da Fórmula Truck. Mas nada irá diminuir o que ele fez pelo automobilismo nacional e internacional. Muffato dedicou quase seis décadas ao esporte a motor, dentro e fora das pistas. Dentro delas, iniciou a sua trajetória no dia 04 de dezembro de 1966, quando correu em dupla com Vili Tiem, nas provas de rua, em Cascavel. O piloto prefeito foi decisivo para que Cascavel tivesse o seu próprio autódromo, hoje um dos melhores do país.
E mesmo que seu nome não apareça mais
no grid, Pedro Muffato será citado. Vale até uma sugestão de nome para novos
autódromos que estão surgindo no Brasil. E lógico, vale a torcida para que
Pedro Muffato esteja no alto do pódio neste domingo, em sua última corrida.