Em Lindoeste o tráfego pela pista duplicada termina e onde os problemas ficam mais graves. Já são oito anos de espera.
Valdir Matias é dono de uma empresa que beira a rodovia e assiste de camarote os transtornos de uma obra inacabada.
“As obras estão paradas. Só fizeram os dois trevos, mas não iniciaram nada. E ainda tem a indenização das pessoas que eles não terminaram nem a indenização de onde eles tem que passar o desvio...Como cidadão o sentimento é de revolta. A gente se sente roubado, roubado na cara dura. Esse dinheiro que veio já era pra ter terminado essa rodovia pelo menos até no rio."
As obras estão paradas, o que torna o percurso entre Lindoeste e Capitão Leônidas Marques cheio de emoção. Quem é caminhoneiro sente na pele. “O que tem de desvio o asfalto é muito complicado... a gente sofre, a carga balança, tem horas que quer cair", comenta Marcelo Valentin, caminhoneiro que organizava a carga na beira da rodovia.
O que era para estar pronto desde 2017 virou um caos. O velho asfalto está precário, cheio de ondulações que representam risco. Ao longo do trecho há segmentos duplicados, porém, não liberados. Em vários trechos placas informam que se o motorista usar a pista nova e interditada está sujeito a multa.
Se um caminhão quebra, o transtorno é grande e o perigo constante. Há locais sem acostamento. Edivaldo Bispo de Souza descreve o sofrimento com o caminhão quebrado por conta da quantidade de buracos no asfalto, “Tem muito buraco, ai foi e quebrou uma peça embaixo, tem muito buraco, a estrada está complicada."
Em Santa Lúcia o projeto previa um viaduto. A obra não concluída virou transtorno no meio do caminho. acidentes tem acontecido no local. “Um senhor que caiu com seu trator, estava fazendo o retorno e caiu em uma ribanceira... teve um outro menino que caiu com o carro também, quebrou a perna e teve ferimentos grave. Ficou uma situação perigosa", comenta Adenir Carboneira, que trabalha em uma lanchonete em frente a obra do viaduto.
O consórcio responsável pela obra suspendeu as atividades alegando falta de recursos para a conclusão. no orçamento deste ano estão previstos apenas R$ 8,6 milhões (R$ 8.654.489,00) para a obra no trecho. de acordo com o DNIT, tal valor é bem aquém do necessário.
A data do término do contrato foi prorrogada 4 vezes. O encerramento está previsto para o dia 31 de dezembro, mas o DNIT já prevê a necessidade de nova ampliação.
Ao órgão, o consórcio justificou a necessidade de conclusão de desapropriações.
Toledo X Marechal Cândido Rondon
Ao que tudo indica, depois de meses de espera, o trecho de Toledo será concluído. Hoje nossa equipe se deparou com máquinas e operários na pista, o que segundo os moradores, é uma novidade esperada.
"Eu passo aqui desde setembro e ontem eu vi as máquinas aqui. Isso é uma loucura, a gente não sabe oque dizer, está fácil pra arrumar isso aqui", afirma um morador.
O DNIT informou que a obra entre Toledo e Marechal Cândido Rondon não está paralisada, mas que segue em ritmo lento. O órgão também reiterou que julho é o prazo para conclusão dos trabalhos, mas não há previsão orçamentária.
Confira o segundo episódio da série de reportagem exibida no Jornal Tarobá 1ª Edição.