A Polícia Civil de Sengés, no Paraná, prendeu três homens e apreendeu um adolescente suspeitos de integrarem uma quadrilha que comandava o tráfico de drogas e realizava execuções em "tribunais do crime" na região. A operação "Terminus Est" foi deflagrada após a investigação da morte de Eunice Fernandes de Oliveira, de 33 anos, cujo corpo foi encontrado queimado e enterrado em uma cova rasa, com sinais de tortura e sem as mãos.
Eunice estava desaparecida desde 7 de janeiro de 2025. Segundo a Polícia Civil, ela foi levada para um julgamento clandestino sob a acusação de furto, crime que não foi comprovado. Quatro homens a espancaram com um pedaço de madeira até a morte e transmitiram o crime por meio de uma live para outros traficantes da região. O corpo foi queimado e enterrado, mas, após um período de chuvas, restos mortais ficaram expostos e foram localizados por um morador no dia 6 de fevereiro de 2025.
As investigações revelaram que, dez dias antes do assassinato de Eunice, os mesmos criminosos submeteram outra vítima a violência extrema. No dia 30 de dezembro de 2024, uma mulher de 38 anos foi torturada e agredida da mesma forma, também com o crime sendo filmado. No entanto, ao ser abandonada, ela conseguiu se arrastar por metros até ser socorrida. A vítima passou 15 dias na UTI, sofreu fraturas múltiplas e hoje possui limitações para se locomover. A polícia também investiga o desaparecimento de uma terceira possível vítima da quadrilha.
Os três suspeitos maiores tiveram a prisão preventiva decretada e foram detidos com apoio da Polícia Militar e da Guarda Civil de Sengés e Itararé (SP). Todos possuem histórico criminal por tráfico de drogas e outros crimes. O adolescente infrator foi apreendido no Cense. Eles responderão por organização criminosa, tráfico de drogas, homicídio qualificado, tentativa de homicídio, tortura e ocultação de cadáver, podendo pegar mais de 60 anos de prisão.
O delegado Isaías Machado destacou a importância do trabalho investigativo da pequena equipe da Delegacia de Sengés, que, apesar das limitações, realizou 64 prisões em 2024 e já soma 14 em 2025, solucionando crimes como extorsão mediante sequestro, estupro de vulnerável e homicídios qualificados. Ele também ressaltou a colaboração entre a Polícia Civil, Militar e a Guarda Civil na segurança pública da região.