O prazo para apresentação de propostas para a participação no leilão do Lote 6 de concessão das Rodovias do Paraná terminou ontem, e a falta de concorrência tem gerado preocupações entre autoridades e a sociedade. Apenas uma empresa, a EPR, entregou sua proposta nesta segunda-feira, tornando-se a única interessada no que é considerado o leilão rodoviário mais complexo de 2024.
O Lote 6, das "Rodovias Integradas do Paraná", abrange 662,1 km de extensão e inclui importantes trechos das BRs 163 e 277. A BR-163, em particular, é essencial para o escoamento da produção agropecuária entre o Paraná e a região Centro-Oeste do Brasil. Já a BR-277 conecta a ponte da Amizade ao porto de Paranaguá, um dos maiores exportadores de soja do país. A ausência de mais de uma proposta, especialmente para um lote de tamanha relevância econômica e logística, é vista com preocupação.
Com a falta de concorrentes, o Ministério dos Transportes deverá abrir o envelope da única proposta na próxima quinta-feira, para verificar a conformidade dos documentos apresentados, como a garantia da proposta e o valor do desconto oferecido pela EPR. Caso tudo esteja em ordem, a empresa será anunciada vencedora do leilão.
A concessão do Lote 6 prevê investimentos de R$ 12,67 bilhões em obras estruturantes ao longo de 30 anos, além de R$ 7,44 bilhões em ações de manutenção. As exigências do contrato incluem a duplicação de 462,5 km de rodovias, a construção de 31,4 km de faixas adicionais e 13,7 km de contornos, além da instalação de 38 passarelas para pedestres e três pontos de descanso para motoristas. Esse conjunto de obrigações torna o Lote 6 o mais complexo entre os leilões realizados pelo Paraná, e, segundo o vice-presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento, isso pode ter sido um fator determinante para o desinteresse de outras empresas.