O ex-presidente Jair Bolsonaro está, neste momento, na sede da Polícia Federal em Brasília, prestando depoimento em um inquérito que investiga a atuação de seu filho, Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado, atualmente nos Estados Unidos.
Eduardo é investigado após a Procuradoria-Geral da República (PGR) identificar indícios de que o ex-presidente estaria sendo beneficiado pelas ações do filho no exterior. Segundo a PGR, Bolsonaro declarou que ajudaria a bancar a permanência de Eduardo no país norte-americano.
O inquérito, instaurado a partir da denúncia da PGR, busca entender se o ex-presidente deu suporte às estratégias do filho, que, segundo aponta a investigação, visavam pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF).
Eduardo Bolsonaro mudou-se para os Estados Unidos após tirar licença de seu mandato como deputado federal. Durante sua estadia, fez diversas críticas ao STF, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes. Em postagens nas redes sociais, o parlamentar licenciado afirmou que trabalhava nos EUA para que o país adotasse sanções e punições contra ministros da Suprema Corte do Brasil.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, ressaltou no pedido de depoimento que o ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu publicamente estar ajudando financeiramente seu filho. Em entrevista ao portal UOL, Bolsonaro declarou: "Eu estou bancando as despesas dele agora. Em grande parte, eu estou bancando. Se não fosse o Pix, não teria como manter essa ajuda, já que ele está sem salário lá fora."
Entre 1.º de janeiro e 4 de julho de 2023, o ex-presidente recebeu R$ 17,1 milhões em sua conta por meio de transferências bancárias realizadas via Pix.
Bolsonaro chegou à sede da Polícia Federal por volta das 14h40. O depoimento estava marcado para começar às 15h. Até o fechamento desta matéria, o ex-presidente não havia se manifestado, e o depoimento ainda não tinha sido concluído.