No Brasil, o Itamaraty chamou as tarifas dos Estados Unidos sobre o aço de “injustificáveis”. O governo fala em medidas para proteger os setores prejudicados. O país é o segundo maior fornecedor de aço para os americanos, ficando atrás do Canadá.
Apenas em 2024, o Brasil vendeu mais de 6 milhões de toneladas para os americanos, sendo a maior parte em blocos, chapas e placas.
“As placas são matérias-primas estratégicas para a produção da própria indústria siderúrgica americana, então é um mercado que apresenta essa necessidade”, disse o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, ao Jornal da Band.
O Itamaraty considerou “injustificável” e “equivocada” a imposição de barreiras unilaterais que afetam o comércio entre os dois países. O governo avalia procurar a Organização Mundial do Comércio, mas ainda aposta na negociação de cotas de exportação.
O Itamaraty e o Ministério da Indústria e Comércio atuam juntos nas conversas. A próxima reunião com representantes do comércio americano deve ser na segunda-feira (17). O Brasil ainda tem esperança de garantir novas cotas, com um volume a ser exportado sem a sobretaxa de 25%.
Com a sobretaxa em vigor, representantes da siderurgia foram à Brasília e se reuniram com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O setor do aço nacional teme prejuízo e pediu providências do governo brasileiro.
“Há um equívoco de diagnóstico e, de fato, os argumentos trazidos pela indústria brasileira são muito consistentes e vão ajudar o ministério do desenvolvimento na mesa de negociação”, disse o ministro.
A pedido de Lula, Haddad pediu calma e pragmatismo. Apesar de o presidente já ter declarado que iria atuar na base da reciprocidade, no momento, ele decidiu pisar no freio. O presidente pediu para que os ministérios preparem uma análise de cenário e, antes de uma retaliação, trabalhem com a negociação.