O pastor Silas Malafaia criticou a possível escolha do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como candidato do bolsonarismo à Presidência da República em 2026. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e uma das principais lideranças evangélicas do país, Malafaia defendeu uma chapa liderada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como vice.
Em entrevista ao portal Metrópoles, Malafaia afirmou que Jair Bolsonaro estaria “debilitado emocionalmente” ao decidir apoiar o filho como sucessor político.
“Como é que o filho de Bolsonaro, após uma conversa particular, em um momento emocional de Bolsonaro, chega e diz: ‘meu pai diz que sou eu e acabou’? Não, comigo não cola. Não é assim”, declarou.
O pastor reconheceu a competência de Flávio Bolsonaro, mas avaliou que o senador não tem musculatura política suficiente para derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma disputa presidencial. Para Malafaia, uma chapa mais competitiva eleitoralmente seria formada por Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro.
“A rejeição de Flávio é a mesma de Bolsonaro e também se aproxima da de Lula, que é alta. A de Tarcísio é bem menor, e rejeição pesa muito. Na minha percepção, é como se o povo dissesse: ‘não queremos Lula, mas também não queremos um Bolsonaro na Presidência’”, afirmou.
Ao defender Michelle Bolsonaro como vice, Malafaia disse que a ex-primeira-dama representa mulheres, a direita, o eleitorado evangélico e os nordestinos, destacando que ela é filha de pais naturais da região.
Rejeição de Flávio iguala a de Bolsonaro e supera a de Lula
Levantamento da Genial/Quaest divulgado nesta terça-feira, 16, mostra que Flávio Bolsonaro tem 60% de rejeição, o mesmo índice registrado por Jair Bolsonaro. O percentual é superior ao do presidente Lula, que aparece com 54%.
A pesquisa também aponta que 54% dos eleitores avaliam que o ex-presidente errou ao indicar o filho como possível candidato em 2026. Outros 36% consideram a escolha acertada, enquanto 10% não souberam ou preferiram não responder.
Apesar da alta rejeição, Flávio lidera entre os demais nomes da direita no primeiro turno, mas fica atrás de Lula. Em eventuais cenários de segundo turno, o presidente aparece à frente em todas as simulações, com vantagem de cerca de 10 pontos porcentuais sobre o senador.