As instituições financeiras tecnológicas, também chamadas de fintechs, ocuparam de vez a cidade de Curitiba, no Paraná, para oferecer um serviço mais personalizado e livre das amarras da burocracia das empresas tradicionais. Essas startups oferecem uma série de facilidades ao cliente, como reembolso de parte do valor gasto em compras, cartão de crédito sem anuidade e carteiras digitais. Agora, Curitiba recebe startups do gênero que concorrem entre si para oferecer o melhor produto ao consumidor final.
Além da facilidade, as fintechs também aproveitam o fato de muitos cidadãos ainda serem desbancarizados por terem dificuldade de acesso a serviços financeiros ou pelo fato de desejarem ter um controle maior dos gastos sem a dependência de uma instituição financeira. Para esses, uma alternativa são os cartões pré-pago. A média mensal gasta com recargas pelos curitibanos já é três vezes maior do que nacional, beirando os R$ 150.
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), entre 2016 e 2018, houve um aumento de 180% no número de transações com cartões pré-pagos no Brasil, enquanto o crescimento no número de transações com cartões de crédito e débito ficou em 30%. Uma das explicações para o fenômeno é a crise financeira -- com o desemprego, as pessoas ficam privadas de acesso bancário.
Outra modalidade de instituição financeira tecnológica são aquelas que oferecem cashback ao consumidor final (devolução de parte do dinheiro gasto em uma compra). A Beblue, de Ribeirão Preto (São Paulo), é uma dessas empresas que começam a operar a partir de julho na capital paranaense.
A proposta da empresa é fornecer um programa de fidelidade aos comerciantes. Eles pagam R$300 e decidem qual a porcentagem aplicar de cashback ao consumidor final. Como retribuição, passam a ter novos usuários e clientes fidelizados. O objetivo da startup é conquistar 100 novos parceiros nos próximos meses. Mas para isso terá que disputar espaço com outra fintech.
A Connect Pay está há sete meses em Curitiba e oferece um serviço semelhante. A startup oferece a possibilidade de cashback na rede de parceiros, mas sem os planos mensais de fidelidade. Em vez disso, a escolha foi utilizar a cobrança de taxas de operação de cartões. Hoje a startup tem 100 mil usuários e 25 empresas parceiras.
De acordo com o estudo Paraná Mining Report, o perfil dos fundadores de startups no estado é de um homem, em torno de 30 anos e que mora em Curitiba. A capital paranaense, inclusive, retém a maior parte das startups: dois terços das empresas estão na região. Com a expansão, as empresas passam a necessitar de mão-de-obra especializada, como pessoas formadas em Marketing, Administração e Análise e desenvolvimento de sistemas.
Conforme aumenta a idade da empresa, também há um aumento no número de contratações. A lógica observada pelo estudo é a seguinte:
10 funcionários – empresas de 0 a 2 anos.
15 funcionários – empresas de 3 a 5 anos.
21 funcionários – empresas de 6 a 10 anos.
25 funcionários – empresas de 11 a 15 anos.
84 funcionários – empresas com mais de 15 anos.