Impulsionado pelo aumento percentual expressivo na
exportação de carne bovina, que alcançou 56,8%, entre 2023 e 2024, o Paraná
continua a liderar o segmento brasileiro de vendas internacionais de proteínas
animais. No ano passado, o Estado teve 25,5% de participação em volume das três
principais carnes – bovina, suína e de frango – e 17,9% em recursos arrecadados
pelo País nas vendas externas.
Mesmo diante de um ano que se mostrou desafiador para os
agropecuaristas paranaenses, em razão principalmente das condições climáticas
adversas, as carnes de frango, suína e bovina tiveram o poder comercial
valorizado, exportando 4,8% a mais em 2024, comparativamente com o ano
anterior.
Enquanto em 2023 tinham sido enviados para o exterior cerca
de 2,276 milhões de toneladas, no ano passado foram 2,387 milhões. Com a
valorização das carnes no mercado internacional, o valor recebido teve
crescimento mais expressivo, de 8,4%. Dos mais de US$ 4,2 bilhões recebidos em
2023 subiu para US$ 4,6 bilhões agora.
“O ano passado foi desafiador, com chuvas e tempos secos em
momentos não propícios para o desenvolvimento das lavouras, mas aqueles que se
dedicaram a transformar grãos em proteínas animais conseguiram bons
resultados”, salientou o secretário da Agricultura e do Abastecimento do
Paraná, Natalino Avance de Souza.
“Mas também precisamos destacar que o mercado mundial cada
vez mais valoriza as proteínas paranaenses, como resultado dos investimentos
realizados durante anos, em parceria com o setor privado, para que
conseguíssemos o selo de livre de febre aftosa, e estamos sabendo entrar nessas
porteiras que se abrem”, completou.
BOVINO – De acordo com os números divulgados pelo Agrostat,
plataforma do Ministério da Agricultura e Pecuária que acompanha as exportações
e importações do agronegócio brasileiro, o destaque em termos de crescimento
ficou com a carne bovina.
De aproximadamente 20,8 mil toneladas embarcadas em 2023
passou para 32,6 mil toneladas no ano passado, aumento de 56,8%. Em recursos
financeiros passou de um pouco mais de US$ 90 milhões para US$ 137,4 milhões
(52,6%).
Durante 2024 alguns novos mercados se interessaram pela
carne paranaense, como Alemanha, Angola, Camboja, Espanha, Gana, Líbia e
México. Outros tiveram aumento expressivo nas compras, entre eles Albânia,
China, Cingapura, Egito, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Filipinas,
Paraguai, Serra Leoa, Turquia, Ucrânia e Uruguai.
FRANGO E SUÍNO – Em volume total de exportação, a carne de
frango, da qual o Paraná é o maior produtor e maior exportador, continua no
topo. Foram enviados pouco mais de 2,171 milhões de toneladas aos países
parceiros comerciais, resultado 4% superior às 2,087 milhões de toneladas de
2023.
Em arrecadação passou de cerca de US$ 3,7 bilhões para US$ 4
bilhões (7% a mais). Nessa proteína, a entrada mais expressiva como parceira
paranaense foi da República da Lituânia, com compra de 476 toneladas por US$
555,6 mil.
A carne suína do Estado trouxe 12,7% a mais de riqueza
monetária, com a entrada de mais de US$ 423,6 milhões, ante US$ 375,6 milhões
em 2023. No ano passado o Paraná colocou 183,6 mil toneladas de suínos nos
mercados mundiais, volume 9,3% superior às 168 mil toneladas do período anterior.
O aumento foi proporcionado pelos mercados tradicionais, com
alguns países se destacando, como as Filipinas, que tinham comprado apenas 2,8
toneladas em 2023 a um custo de US$ 907. No ano passado adquiriram 10,2 mil
toneladas pagando US$ 27,9 milhões.
A Argentina também teve aumento expressivo, passando de 8
mil toneladas ao preço de US$ 22 milhões para 12,8 mil toneladas, que custaram
US$ 33,8 milhões.
PEIXE – Além dessas três proteínas animais que dominam a
pauta de exportações do segmento no Brasil e no Paraná, o peixe tem ocupado
cada vez mais o gosto internacional. Em 2023 o Paraná havia exportado 5,2 mil
toneladas, com arrecadação de US$ 18,6 milhões. No ano passado o volume
ultrapassou 7,6 mil toneladas (47% a mais), enquanto o valor foi para aproximadamente
US$ 34,9 milhões (87% de acréscimo).
Os dois principais compradores dos peixes paranaenses foram
os maiores responsáveis pelo crescimento. Os Estados Unidos, que tinham
adquirido 4,4 mil toneladas em 2023, aumentaram o volume para 7,4 mil toneladas
no ano passado. Os recursos investidos foram de US$ 17,6 milhões para US$ 34,3
milhões. Já o Canadá investiu US$ 227,8 mil para comprar 95,7 mil toneladas. No
período anterior tinham sido 20 toneladas por US$ 45,9 mil.