Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), a moagem de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do País registrou pequeno aumento de 0,43% na primeira quinzena de maio frente ao mesmo período do ciclo passado: foram processadas 44,75 milhões de toneladas neste ano, contra 44,56 milhões em 2023. No acumulado do início da safra 2024/25 até 15 de maio, a moagem atingiu 95,42 milhões, ante 79,85 milhões de toneladas no mesmo período da safra 2023/2024 (+19,49%). Em relação à produção de açúcar, totalizou 2,57 milhões de toneladas nos primeiros quinze dias de maio, praticamente a mesma quantidade observada em igual quinzena na safra 2023/24 (2,54 milhões de toneladas).
No
acumulado desde o início da safra até 15 de maio de 2024, a fabricação do
adoçante totalizou 5,13 milhões de toneladas, contra 4,08 milhões de
toneladas do ciclo anterior.
No mercado nordestino de açúcar, os preços estiveram estáveis no início de
maio. No entanto, com o início da safra 2024/25 do Centro-Sul, alguns
compradores optaram por adquirir o produto dessa região, principalmente
em Goiás, o que resultou em queda nos preços na região nordestina no
decorrer do mês. A demanda esteve retraída, e as negociações com açúcar
estiveram em ritmo lento.
Além disso, a oferta esteve restrita, e poucas
usinas participaram do mercado interno, sendo que algumas delas
flexibilizaram os valores.
Em maio/24, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ para
Pernambuco foi de R$ 174,08/sc de 50 kg, baixa de 1,45% frente a abril/24,
mas alta de 4,70% em relação a maio/23, em termos nominais. Em Alagoas, o
Indicador mensal foi de R$ 176,51/sc, altas de 0,35% na comparação mensal
e de 10,28% na anual, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador
mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 163,42/sc, queda de 0,98% em
relação a abril/24, mas avanço de 4,12% na comparação anual.
No mercado internacional, o ritmo acelerado da colheita da cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil pressionou as cotações durante a primeira metade do mês. Por outro lado, os gargalos logísticos que o País enfrenta para o escoamento do açúcar até os portos deram suporte aos preços internacionais. Além disso, a depreciação do Real em relação ao dólar e o aumento das cotações do barril de petróleo bruto também influenciaram os valores externos do demerara.
A partir segunda quinzena de maio, os valores despencaram, pressionados
pelo ritmo intenso das exportações brasileiras de açúcar. Segundo a Secex, a
média diária de embarques brasileiros de açúcar e melaço nas três primeiras
semanas de maio foi de 134,204 mil toneladas, 22,6% acima da registrada em
maio/23. Para a Trading Czarnikow, a produção mundial de açúcar na
temporada 2024/25 será de 187,4 milhões de toneladas, a segunda maior da
história, atrás apenas das 188,5 milhões de toneladas de 2017/18. Já na
última semana de maio, os preços do demerara negociado na Bolsa de Nova
York (ICE Futures) encerraram próximos da estabilidade.