A família de Fernando Pedroso de Morais, azulejista de 35 anos, acusa o Hospital da Zona Sul de negligência médica após ele ter sido atendido com fortes dores de cabeça, receber alta e falecer horas depois em casa. A mãe, Marli Azevedo de Morais, relatou que o filho apresentava sinais de mal-estar e cambaleava, mas foi liberado pelo médico. O caso está sob investigação da Polícia Civil, e a família cobra acesso ao prontuário médico.
Fernando procurou o hospital no dia 14 de outubro queixando-se de intensa cefaleia. Segundo a família, ele foi medicado e recebeu alta pouco tempo depois, mesmo com a mãe expressando preocupação à equipe médica:
"Ele chegou lá com muita dor de cabeça, o médico falou que era pra dar uma morfina que a dor ia passar. Eu falei que ele não tava bem, que tava cambaleando, mas o doutor disse que era efeito do remédio… e deu alta pra ele."
De volta a casa, Fernando continuou apresentando mal-estar, e no dia seguinte o quadro se agravou de forma fatal:
"Ele deitou e disse que a dor tava passando… Aí eu fui fazer o almoço, quando voltei, já tava tudo roxo. Vomitou do lado, já tava morto fazia umas duas horas. Eu nunca imaginei que ele ia morrer assim."
A família registrou um Boletim de Ocorrência e busca que a Polícia Civil esclareça por que um paciente com sintomas graves foi liberado sem avaliação mais detalhada. A mãe sustenta a tese de erro médico:
"Pra mim foi negligência. Ele tava mal, o exame não mostrou nada, mas o próprio Fernando dizia que a válvula tava dura. Mesmo assim mandaram embora. Se tivessem deixado ele internado, talvez ele tava vivo."
A família já solicitou cópia do prontuário médico, reunindo documentação que poderá levar o caso ao Ministério Público.
Posicionamento da SESA e do Hospital
A Secretaria Estadual de Saúde (SESA) informou que Fernando deu entrada no hospital no dia 14 de outubro com queixa de cefaleia, foi atendido, medicado e submetido a exames que não apontaram alterações. Após indicar melhora dos sintomas, ele foi reavaliado e liberado às 2h25 da madrugada do dia 15.
O Hospital da Zona Sul declarou que não foi procurado diretamente pela família, mas se colocou à disposição para prestar esclarecimentos mediante apresentação do prontuário.
Enquanto aguarda as investigações, a mãe de Fernando clama por justiça e esclarecimento do caso.