A paralisação nacional dos trabalhadores dos Correios, que já dura duas semanas, caminha para uma definição jurídica. Após o fracasso da tentativa de conciliação realizada na última sexta-feira (26) no Tribunal Superior do Trabalho (TST), uma nova rodada de mediação ocorre nesta segunda-feira (29), sendo vista como a “última chamada” para um consenso entre a empresa e a categoria.
O Cenário das Negociações
O impasse central reside na rejeição da proposta de Acordo Coletivo para o biênio 2025/2026. A maioria dos sindicatos, incluindo as maiores bases do país, optou pela greve por entender que a proposta não atende às necessidades básicas de reposição e manutenção de direitos.
Segunda-feira (29): Última tentativa de mediação consensual.
Terça-feira (30): Caso não haja acordo hoje, o TST julgará o dissídio coletivo, definindo judicialmente os termos de trabalho e o encerramento da greve.
Impactos no Paraná e Serviços Afetados
No Paraná, a greve dos Correios tem reflexos diretos tanto na logística quanto no atendimento ao público.
Distribuição: O setor de entregas é o mais atingido, já que os carteiros formam o grosso do movimento grevista.
Agências: No estado, a adesão de atendentes tem prejudicado o serviço de balcão e a postagem de novas encomendas, agravando a situação típica de alto volume deste período de festas.
Determinações Judiciais
Para evitar o colapso do serviço postal, o Tribunal estabeleceu regras rígidas:
Efetivo Mínimo: Os sindicatos devem garantir que 80% dos trabalhadores permaneçam em atividade.
Logística: É obrigatória a garantia do livre trânsito de bens, cargas postais e pessoas, sob pena de multa diária às entidades sindicais.
Crise Estrutural e Futuro
A mobilização ocorre em um momento delicado para a estatal. Os Correios atravessam um plano de reestruturação para conter a crise financeira, que inclui o fechamento de unidades e um Programa de Demissão Voluntária (PDV) com meta de desligar até 15 mil funcionários até 2027.
Segundo Diego Henrique da Silva, diretor do Sindicato dos Correios, a continuidade ou suspensão do movimento após o julgamento de amanhã dependerá exclusivamente do impacto da decisão sobre os direitos já conquistados pela categoria.