A região extremo-oeste do Paraná continua sendo palco de um dos maiores conflitos agrários do país. Guaíra, cidade localizada na fronteira com o Paraguai, vive um clima de crescente insegurança, intensificado pela recente publicação de um decreto do Governo Federal que concede poder de polícia à Fundação Nacional do Índio (Funai). A medida tem como objetivo melhorar a atuação da autarquia na defesa dos direitos dos povos indígenas, mas gerou preocupações no setor agropecuário.
O clima na região se tornou ainda mais tenso com a regulamentação do decreto, que foi anunciado nesta semana. Para o governo federal, a iniciativa visa reforçar a proteção dos direitos dos indígenas, mas, para a Frente Parlamentar da Agropecuária, a medida é vista com desconfiança. O grupo prepara um projeto para anular a decisão, considerando os impactos negativos para a segurança e os interesses dos produtores rurais.
Na semana passada, a sociedade civil organizada também se mobilizou, temendo um efeito dominó dos conflitos. Os confrontos entre indígenas e produtores rurais não afetam apenas as áreas de terra, mas reverberam diretamente no comércio, na economia e no crescimento de Guaíra, criando um cenário de instabilidade que preocupa os moradores e as autoridades locais.
Diante da escalada da violência nos últimos meses, o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou o aumento de 50% no efetivo da Força Nacional de Segurança Pública, atuando entre Guaíra e Terra Roxa. No entanto, mesmo com a presença das forças de segurança, os invasores continuam a agir com audácia, como no caso do roubo da arma de um policial durante uma abordagem.
O conflito entre indígenas e moradores por disputas territoriais na região Oeste do Paraná se arrasta há anos, criando um cenário de violência que parece interminável. Enquanto o governo federal não encontra uma solução para a crise, a prefeitura, entidades, autoridades e agricultores seguem buscando alternativas para minimizar os impactos e garantir a segurança e o desenvolvimento de Guaíra.