A Polícia Civil do Paraná revelou nesta semana novos detalhes estarrecedores envolvendo Lucas Rodrigues Soares, de 37 anos, preso em flagrante no dia 19 de julho pelo assassinato do próprio filho, Emanuel Benício Rodrigues Stefanczuk, de apenas dois meses de idade. As investigações apontam que o homem possui um longo histórico de violência contra crianças e ex-companheiras, com episódios registrados desde 2016.
Conforme a apuração, Lucas já havia agredido outras crianças pequenas anteriormente. Em 2016, teria dado um tapa no rosto de um enteado de três anos, provocando lesões visíveis. Em 2021, agrediu outro bebê de dois meses, causando uma fratura no fêmur da criança. Casos como esses, segundo a polícia, mostram um padrão de comportamento cruel e sádico, caracterizado por agressões frequentes a vítimas vulneráveis.
A polícia também identificou relatos de tentativa de feminicídio e violência doméstica contra ao menos duas ex-companheiras. Em um dos episódios, ocorrido em setembro de 2016, Lucas tentou estrangular uma delas, que só não morreu porque ele “teria perdido a força”, segundo relatado. A vítima não denunciou à época por medo.
Outros relatos indicam que Lucas teria mordido seu filho recém-nascido em 2017, deixando marcas da arcada dentária. Em outro episódio, jogou o gato de estimação da família contra uma criança de dois anos durante o banho. Há ainda suspeita de que tenha administrado propositalmente uma superdosagem de medicamentos a um bebê de poucos dias de vida, justificando a ação como forma de evitar que a criança sentisse dor.
O delegado responsável pelo caso, Dr. Luís Gustavo Timossi, afirmou que todas as ex-companheiras ouvidas relataram que as lesões nas crianças sempre aconteciam quando Lucas ficava sozinho com os filhos ou enteados. “As investigações indicam de forma consistente que ele se aproveitava das ausências das mães, geralmente quando estavam trabalhando, para praticar as agressões”, afirmou o delegado.
Foi solicitado à Polícia Científica um exame para verificar a existência de transtorno de personalidade no investigado, diante da crueldade e frieza demonstradas nos crimes. A polícia também trabalha com a possibilidade da existência de outras vítimas e mantém as diligências em andamento.
Relembre o caso
Lucas foi preso após a morte de Emanuel Benício, seu filho recém-nascido. A mãe da criança, que também foi agredida pelo companheiro, buscou socorro na Guarda Municipal, momento em que o óbito do bebê foi constatado. Havia sinais claros de agressão na criança e ferimentos na mulher, que relatou ter sido impedida de buscar ajuda médica.
Segundo uma testemunha, durante uma discussão na noite do crime, o pai chamou o bebê de “bastardo”. Após cometer o homicídio, Lucas foi buscar a companheira em seu local de trabalho e, no retorno para casa, pararam em um posto para comprar cervejas — demonstrando, segundo a investigação, total indiferença diante do ocorrido.
O casal também é investigado por maus-tratos, pois há indícios de negligência com o bebê desde o nascimento. Para o delegado Timossi, “estamos diante de um caso que reúne os elementos mais desprezíveis da violência: o assassinato de uma criança indefesa pelas mãos de quem deveria protegê-la”.
Lucas Rodrigues Soares segue preso preventivamente enquanto as investigações prosseguem para responsabilizá-lo por todos os crimes identificados.