A Polícia Federal falou na manhã desta quarta-feira (23) pela primeira vez sobre a morte de Elias Pereira da Silva, de 54 anos, traficante conhecido como "Elias Maluco". Ele foi encontrado morto na Penitenciária Federal de Catanduvas.
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Segundo o delegado da PF, Daniel Martarelli da Costa, Elias foi encontrado pendurado por um lençol ao fundo da cela. O detento teria usado as grades de proteção para amarrar o lençol e enrolar em seu pescoço. Ainda conforme o delegado, após realizada a coleta de todos os dados e realização de exame pericial no local da morte e do corpo, não há dúvidas de que o caso se tratou de suicídio.
Cartas foram encontradas na cela, onde ele relatava não ter mais motivos e vontade para viver. "As cartas eram direcionadas à família do detento, em alguns trechos ele pedia desculpas aos familiares por ter essa atitude".
O delegado relatou que oitivas foram realizadas com os agentes da Penitenciária e em nenhum dos depoimentos foi relatado que o preso demonstrava sentimentos de depressão ou comentado sobre tirar a própria vida.
Segundo da PF, as imagens de câmeras de monitoramento do local foram analisadas pela polícia e nenhuma movimentação estranha foi percebida. As investigações seguem a cargo da Polícia Federal de Cascavel.
O corpo de Elias permanece no IML de Cascavel, onde foi realizado o exame de necropsia e aguarda liberação da família. Após liberado, será translado para o Rio de Janeiros para os atoa fúnebres.
A PRISÃO:
Elias Maluco foi detido no ano de 2002. Ele era considerado um criminoso de alta periculosidade e sempre ficou em presídios de segurança máxima. Em 2005, foi condenado a 28 anos e seis meses de prisão pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, morte em 2002, caso que ganhou grande repercussão nacional. A vítima produzia uma matéria sobre abuso de menores em um baile funk na favela Cruzeiro quando foi morto. Em 2013, foram mais de dez anos pelo crime de lavagem de dinheiro.
Além de ser o chefe do tráfico de drogas de todas as favelas comandadas pelo Comando Vermelho no Rio de Janeiro. Elias Maluco respondia pelo menos cinco processos na Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.