O tema da gripe aviária volta a ganhar destaque no Brasil com novos casos suspeitos sendo investigados e medidas rigorosas sendo adotadas para conter a disseminação do vírus H5N1. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (20), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, informou que a partir desta quarta-feira começa uma contagem regressiva de 28 dias sem registros da doença — período necessário para que o país volte a ser considerado livre da gripe aviária de alta patogenicidade, conforme os protocolos internacionais.
Até o momento, três casos suspeitos já foram descartados, enquanto quatro seguem em investigação, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária. Os focos em análise estão localizados em diferentes regiões do país:
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Aguiarnópolis (TO) – granja comercial
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Estância Velha (RS) – produção familiar para subsistência
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Ipumirim (SC) – granja comercial
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Salitre (CE) – produção familiar para subsistência
A principal preocupação do governo é garantir bloqueios rápidos e eficientes para evitar que novos focos se espalhem. Em um país com dimensões continentais como o Brasil, a detecção de casos distantes do primeiro foco, registrado em Montenegro, no Rio Grande do Sul, pode gerar insegurança no mercado internacional.
Diante do cenário, diversos países, incluindo membros da União Europeia, suspenderam temporariamente a importação de carne de frango brasileira. Ao todo, pelo menos 14 nações adotaram restrições. No entanto, com a contenção dos casos e a aplicação das medidas sanitárias, a expectativa é que essas barreiras comerciais sejam revertidas nos próximos dias.
Internamente, a suspensão das exportações pode pressionar para baixo os preços do frango, com maior volume de produto no mercado doméstico. Parte das cargas que seriam enviadas ao exterior já está estocada, aguardando a normalização da situação sanitária.
O governo reforça que a gripe aviária não representa risco à saúde humana por meio do consumo de carne ou ovos, desde que devidamente cozidos. O apelo é para que a população mantenha a confiança nos produtos avícolas e que produtores sigam todas as orientações dos órgãos de fiscalização.