A consultoria Datagro divulgou, nesta segunda-feira (26) a sua nova projeção para a safra de grãos brasileira. Para a soja, a estimativa é de uma produção de 172 milhões de toneladas, um avanço de 0.4% em relação à projeção divulgada em abril, e 11% em relação á safra 2023/2024, que foi marcada por perdas em várias regiões do país. Já a produção de milho é projetada em 131,7 milhões de toneladas.
De acordo com a consultoria, a recuperação na produção de osja é atribuída por um aumento da área plantada, que chega a 48 milhões de hectares - 4% a mais que na safra 2023/2024, e à melhar de 7% no rendimento médio, agora estimado em 3.585 quilos por hectare.
Apesar do início tardio do plantio, dado o atraso das chuvas de primavera-verão no Centro-Oeste, a colheita da safra 2024/25 pôde ser completada dentro da janela normal, beneficiada por condições climáticas amplamente favoráveis durante o desenvolvimento das lavouras. Perdas ficaram concentradas no sul do Mato Grosso do Sul, oeste do Paraná e, especialmente, no Rio Grande do Sul, estado que já passa pela quarta quebra de safra consecutiva.
Com o ajuste nas projeções, a expectativa é de superávit: a produção deve superar o consumo interno em 576 mil toneladas, o primeiro saldo positivo após cinco anos consecutivos de déficit, ainda que modesto em comparação àqueles registrados em 2019/20 (+1,1 mi de t), 2017/18 (+1,2 mi de t) e 2016/17 (+2,7 mi de t). Para este ciclo, a Datagro estima que sejam esmagadas internamente 57,5 milhões de toneladas, 3% a mais que no ano anterior, e que sejam exportadas 111,0 mi de t, 11% acima da temporada passada. O balanço positivo ao longo do ano deverá limitar valorizações muito expressivas dos preços do grão brasileiro, mesmo perante os recordes de demanda.
Milho
De acordo com a consultoria, a projeção para a safra de verão de milho é de 25,2 milhões de toneladas, 2% acima das 24,7 milhões de toneladas colhidas na temporada anterior, mesmo diante de uma redução de 7% da área plantada, que foi uma consequência de preços baixos ao longo de 2024 e custos de produção irregulares. O crescimento da produção é atribuído à recuperação da produtividade, a qual alcançou 6.608 kg/ha, recuperação de 9% frente aos 6.038 kg/ha do ciclo anterior.
Já o milho de inverno, responsável por 81% da produção nacional, está projetado em 107,5 milhões de toneladas, próximo ao recorde histórico de 108,6 milhões de toneladas em 2022/23 e significativamente superior às 87,5 milhões de toneladascolhidas em 2023/24, quando as principais regiões produtoras sofreram com estiagem severa.
Neste mês, a consultoria ajustou a estimativa de produtividade de 5.914 para 5.957 kg/ha, o maior rendimento já registrado para as lavouras de inverno no Brasil e superando em 7% o resultado de 2023/24. A área está estimada em 18 milhões de hectares, 4% acima do último ciclo e praticamente estável em relação ao levantamento anterior.