Os produtores de frutas do Vale do São Francisco, na região Nordeste, acreditam que as perdas nas exportações para os Estados Unidos possam ser compensadas com a ampliação do mercado chinês. A uva de mesa, por exemplo, é um dos produtos que pode perder o mercado americano e ampliar sua presença na China. Empresários chineses visitam o Brasil em agosto, em busca de novos negócios.
O produto se destacou nas exportações brasileiras no último ano e está entre as três frutas mais exportadas pelo país, atrás apenas da manga e do melão. No primeiro semestre deste ano, as vendas para o exterior apresentaram um crescimento expressivo de 77%, com o faturamento mais que dobrando, alcançando a marca de 26 milhões de dólares.
Diante de uma safra recorde, produtores do Vale do São Francisco estão buscando expandir suas vendas para o mercado chinês. "Essa é a esperança de não perder a colheita, com as exportações para os Estados Unidos ameaçadas pelo tarifácio", afirmou Maria Vitoria da Silva, coordenadora de produção. A região, conhecida por suas condições climáticas favoráveis, produziu uma das melhores safras de uva de mesa dos últimos tempos.
A região produz variedades que são muito apreciadas pelos americanos e que não possui sementes, é um dos destaques. Os produtores destacam que essa variedade serve para todas as ocasiões, sendo ideal para o café da manhã ou um lanche rápido. Entretanto, o tarifácio americano, que coincidiu com a temporada de colheita, trouxe desafios significativos. "Já temos toda a embalagem comprada e todas as reservas no navio", diz, sublinhando a importância de uma resolução rápida para não impactar negativamente as exportações já programadas.
Como o mercado interno não sendo suficiente para absorver toda a produção destinada anteriormente aos EUA, onde as importações de uvas de mesa brasileiras aumentaram 26% no último ano, os produtores veem na China uma alternativa promissora. "Os chineses estão vindo ao Brasil agora no mês de agosto", informou Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas, Associação Brasileira dos Exportadores de Frutas do Brasil, indicando um possível novo mercado consumidor. Segundo ele, este cenário desafiador reforça a necessidade de estratégias ágeis para garantir que a alta produção alcance mercados alternativos, evitando perdas significativas para os produtores nacionais.