Os Estados Unidos, um dos maiores importadores de carne brasileira, recentemente viram uma elevação nas tarifas de exportação imposta por Donald Trump, o que torna praticamente inviável a venda de carne bovina para esse destino. Essa mudança tarifária levanta uma série de preocupações e incertezas no setor pecuário brasileiro, que não para de trabalhar, desde o nascimento do bezerro até o bife no prato. A carne, altamente planejada e com significativo investimento, é enviada para quase todo o mundo, mas com destaque para os Estados Unidos, que compram uma parcela significativa da produção de estados como Goiás e Mato Grosso do Sul.
Com a nova política de tarifas, a indústria pecuária em Goiás já busca novos mercados, e o Japão é um dos alvos principais. Uma comitiva do estado foi negociar intensamente, visando minimizar os impactos da taxação americana. No Mato Grosso do Sul, onde grandes indústrias frigoríficas dependem das exportações para os EUA, há um esforço similar para diversificar os mercados.
A situação atual exige diálogo e soluções que possam aliviar a taxação, considerada por muitos difícil de ser suspensa. "É importante que haja uma solução para que essa taxação seja suspensa, que eu acho difícil, mas que pelo menos que diminua para que não haja um impacto como está tendo no total," destaca um representante do setor.
Apesar dos Estados Unidos representarem apenas 12% das exportações de carne bovina brasileira, eles são o segundo maior comprador, atrás apenas da China, que adquire quase metade da carne exportada pelo Brasil. O impacto da tarifa americana não se limita apenas à carne, mas se estende a outros setores, como o de grãos, crucial para a produção de ração animal, e também afeta o emprego no setor agropecuário.
A expectativa para os próximos meses é cautelosamente positiva, uma vez que a demanda por carne não caiu a ponto de reduzir drasticamente os preços no mercado interno. A indústria opera com uma capacidade ociosa maior, estrategicamente reduzindo o número de animais abatidos para equilibrar oferta e demanda sem causar um colapso nos preços. Essa estratégia visa manter a estabilidade do setor, apesar das adversidades enfrentadas no comércio internacional.